No dia 6 de março, no âmbito do Dia da Mulher, a Carris Metropolitana promoveu o evento “O Caminho é Delas: Perspetivas e Desafios na Mobilidade das Mulheres”, reunindo especialistas para discutir os desafios e soluções na mobilidade feminina.
O evento decorreu nas instalações da Carris Metropolitana e teve início com uma palestra conduzida por Lucília Ferro Santos, psicóloga do Centro de Cidadania Ativa, na qual foi discutido o tema “A responsabilidade social corporativa e a redução das desigualdades”. Seguiu-se um debate com o tema “O que podemos fazer para melhorar a experiência e o dia a dia das mulheres no transporte público?”. O painel contou com a presença de Margarida Queirós, geógrafa e professora associada do IGOT-ULisboa (Instituto de Geografia e Ornamento do Território da Universidade de Lisboa) e Sara Sacadura, Técnica de gestão de operação da Viação Alvorada (operador da Área 1), moderado por Ana Almeida, Gestora de Contrato da operação da área 3 da Carris Metropolitana.
Durante a conversa, foram apresentados dados que reforçam a necessidade de repensar a mobilidade das mulheres. Atualmente, as mulheres representam a maioria dos utilizadores de transporte público, constituindo 63% dos passageiros da Carris Metropolitana. Sobretudo, falou-se das diferenças de género na mobilidade, deixando espaço para uma reflexão sobre alguns desafios que estão adiante. Segundo Ana Almeida, “O transporte público tem de dar resposta ao trabalho de cuidado, que ainda é desproporcionalmente suportado pelas mulheres e se traduz em trajetos diários tendencialmente mais complexos e fragmentados”.
Uma das grandes conclusões deste debate foi a ideia de que as infraestruturas do transporte público e o espaço público devem ser pensados em proximidade com os utilizadores, de forma a considerarem questões como a segurança, o conforto e a prevenção da violência, que afeta as mulheres de forma desproporcional.
Para ouvir diretamente as passageiras, a Carris Metropolitana lançou um questionário onde recolheu respostas sobre a perceção feminina do transporte público. Os testemunhos recolhidos evidenciam que o assédio e o desconforto ainda fazem parte da experiência diária de muitas passageiras. “Já passei por situações incómodas por parte de outros utentes e nem o motorista nem outras pessoas fizeram nada. Pelo contrário, ainda se desviaram”, referiu uma das participantes. Algumas das sugestões apresentadas pelas passageiras incluem a instalação de câmaras de segurança nos autocarros ou até mesmo de um botão de emergência.
As perceções das passageiras somadas às ideias debatidas no evento são essenciais para o desenvolvimento da missão da Carris Metropolitana, garantindo uma mobilidade mais segura e inclusiva para as passageiras. O evento foi transmitido em direto nas redes sociais da Carris Metropolitana, permitindo que um público mais alargado acompanhasse a discussão e contribuísse para a reflexão. Pode assistir à gravação do evento aqui.
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